terça-feira, 6 de setembro de 2011

Excluíd@s do Grito d@s excluid@s 2011

"O Grito dos Excluídos é uma iniciativa que se compõe de uma série de eventos e mobilizações que se realizam ao redor da Semana da Pátria, ou seja, de 01 a 06 finalizando-se no dia 07 de setembro, ou um pouco antes, isso depende da realidade local. Não se trata exatamente de um movimento, uma campanha ou uma organização, mas de um espaço de convergência em que vários atores sociais que se juntam para protestar e propor caminhos novos" (Grito dos Excluídos, 2011).

É com base nessa citação que iniciamos os informes do 17º Grito dos Excluídos ocorrido no último dia 06/09/2011 no Bairro de Mãe Luíza em Natal. A ideia original do Grito é lembrar em meio às comemorações patrióticas e militares que há um contingente significativo da população brasileira  e mundial cujo dia-a-dia se pauta na sobrevivência em meio a exclusão social.

O Centro Acadêmico Paulo Freire teve como objetivo pautar o Grito como espaço de fomento da questão educacional do nosso estado, tendo em vista os altos índices de analfabetismo que circundam nossa realidade. Outros espaços se organizaram com suas pautas e denúncias sociais. Foi assim com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Pastorais de Juventudes, Conselhos Eclesiais de Bases (CEB), Movimento Estudantil entre outros. 

Entretanto o que acabou por chamar a atenção foi um fato que causou desconforto e constrangimentos aqueles e aquelas que por seus debates e/ou acúmulo defendem a causa do aborto como direito da mulher, questão de saúde pública, processo social, autonomia do corpo feminino ou ainda laicidade na questão. Ao levantar a bandeira da legalização do aborto o grupo foi duramente reprimido pela comunidade católica do evento. No entanto nesse momento a questão foge o debate do "contra ou a favor" por dois pontos: Primeiro que o Grito não é da Igreja Católica, o grito é dos excluidos e excluidas. Segundo que a livre expressão é garantida pela por lei a qualquer cidadão, nesse sentido não há respaldo algum por parte da igreja em proibir qualquer que seja a manifestação de grupos organizados.

Assim entendemos que se faz necessário fazermos o debate de forma concreta e laica, baseada nos altos índices de mortes causadas por abortos clandestinos realizado sobretudo por mulheres pobres, assim como dialogarmos isentos de concepções religiosas ou dogmáticas cujo conteúdo não ajuda na resolução dos problemas concretos. É sabido que temos setores cujo assento é o reacionarismo e o conservadorismo, no entanto não podemos baixar a cabeça frente a tais espaços, é nosso papel fazer uma sociedade mais justa e igualitária onde algumas não gozem de abortos cirúrgico em clínicas americanas enquanto outras usam agulha de crochê ou medicamentos sem procedência. 

Assim externamos não posicionamentos que se digam um lado ou outro. No entanto salientamos que a liberdade de expressão é direito universal aos seres humanos e por assim ser a defenderemos em qualquer instância que estejamos. 

Centro Acadêmico Paulo Freire

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